Tá limpo. Sem ironia. Sem engano. Amanhã, depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuamos vivos e atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda quem sabe mais celestial que desta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar. Se tiver aprendido lições (amor é pedagógico?), até aproveito e não faço tanta besteira. Mas acho que amor não é cursinho pré-vestibular. Ninguém encontra seu nome no listão dos aprovados. A gente só fica assim. Parado olhando a medida do Bonfim no pulso esquerdo, lado do coração e pensando, pois é, vejam só, não me valeu. '
' Tem seus prazeres o fim do amor. Se é patologia, invenção cristã-judaico-ocidental-capitalista, ou maya, ego, se é babaquice, piração, se mudou através dos tempos, puro sexo, carência, medo da morte: não interessa. Tenho certeza que estive lá, naquele terreno. Ele existe. '
' Suspeitas: porra, eu me afastei de tudo, de todos, joguei tudo pro alto e só quero esse amor, nada mais me interessa, se esse amor me faltar eu só tenho isso, é o único laço que me prende à vida - e se falta, Deus, se faltar o que faço?
' Onde andará? é das perguntas mais tristes que conheço, sinônimo de se perdeu. '
' Material para o baú da memória e lá estarei eu daqui 20 anos na minha cadeira de balanço, cercado de amigos e sobrinhos olhando o fogo na lareira (terei uma lareira, claro), deslizando entre os dedos as pérolas amareladas pelas décadas e pensando com um sorriso indecifrável nos lábios: ah. Ah aquela tarde, ah aquele moço, ah aquele por do sol, ah aquele beijo no convés do navio. E dê-lhe balançar a cadeira nessa espécie de pescaria do tempo: zás-trás, pintou outra joia na ponta do anzol. Ah. '
sábado, 7 de novembro de 2009
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